Por Felipe Calixto
People partner & advisor: Marcela Machado
O Brasil fará o experimento sobre o impacto da jornada de trabalho semanal de quatro dias, prevista para acontecer entre junho e dezembro de 2023. Essa iniciativa vem de uma parceria entre a organização sem fins lucrativos 4 Day Week, que conduz teses sobre a carga horária reduzida e a brasileira Reconnect Happiness at Work.
As informações sobre esse programa já estão disponíveis para qualquer empresa Brasileira interessada e vão até julho. É só responder o formulário disponível no site https://www.4dayweek.com/contact para ter acesso à mentoria. O modelo passará a ser adotado a partir de setembro, este estudo terá um custo que ainda não foi definido.
O modelo implementado será do tipo 100-80-100: 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade. Estresse da força de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultados financeiros, turnover (rotatividade) serão alguns dos fatores avaliados ao final do experimento. Com este experimento estão querendo desmistificar a crença de que a produtividade é proporcional ao número de horas trabalhadas.
Mas será que este será o futuro da carga horária a ser adotada pelas empresas brasileiras? Conversamos com a People partner & advisor Marcela Machado para saber a sua opinião sobre esse novo formato.
“Eu não cheguei a testar isso no trabalho ainda, mas olhando de fora e pegando como experiência o que passamos na pandemia com todos trabalhando de casa de um dia para o outro eu acredito que vai funcionar para algumas empresas e áreas e para outras não. Para áreas mais estratégicas e rotineiras fica mais fácil organizar o trabalho e manter a área com a mesma produtividade e benefícios. Para áreas que a hora trabalhada faz diferença o modelo deveria rever a remuneração do funcionário, o que pode gerar um desconforto.”
Marcela ressalta que é preciso entender, de forma individual, como conseguir uma maior produtividade do time e qual a vontade de cada colaborador, para que o time esteja feliz no trabalho e assim melhorar o seu resultado.
Este é um modelo que parece ser uma boa forma de melhorar o equilíbrio entre trabalho e a vida pessoal, aumentando a produtividade e promovendo o bem-estar dos funcionários. Vale ressaltar também que este modelo já foi e está sendo testado em alguns países como Reino Unido, Bélgica, Islândia, Suécia e Espanha, e todos estão entendendo o melhor caminho a ser seguido, abrindo opções de escolhas para que as empresas possam entender o melhor caminho para os seus colaboradores e a sua produtividade. Vamos aguardar e entender como funcionará no Brasil.